Beata Sibyllina Biscossi, Virgem - 18 de Março
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 (1287 - 1367)

Sibyllina Biscossi nasceu em Pavia, na Itália, de pais devotos e respeitáveis, em 1287, e desde a infância era conhecida por seu espírito de piedade e oração. Ela ficou órfã muito jovem e, quando tinha apenas 12 anos, uma doença grave a impediu de enxergar. Algumas Irmãs caridosas da Ordem Terceira de São Domingos cuidaram da criança aflita e a vestiram com seu Hábito. 

Sua cegueira foi uma dura prova para Sibyllina, e por muitos meses ela implorou fervorosamente ao Santo Patriarca que a havia adotado como sua filha para obter para ela de Deus a restauração de sua visão. Quando finalmente chegou o banquete de São Domingos, ela confiantemente esperava obter a concessão de sua suplica, mas o dia foi passando e sua oração permaneceu sem resposta. Por fim, o Santo apareceu-lhe e, tomando-a pela mão, conduziu-a numa viagem misteriosa. A estrada, a princípio, passava por entre lugares estreitos e sombrios, cuja visão encheu de horror a alma de Sibyllina. Então, seu guia celestial a conduziu por regiões de beleza indizível, todas inundadas de luz celestial. Não nos é dito se o Santo Patriarca falou ou não com Sibilina nesta ocasião, mas ao retornar a si mesma ela não sentiu mais o menor desejo de ser curada de sua cegueira, que ela entendeu ser representada pela primeira parte de sua visão, e que ela confiava seria o meio de levá-la ao gozo da felicidade sem fim. Aceitando de todo o coração a cruz que lhe fora colocada, passou agora a dedicar-se com mais fervor do que nunca ao serviço Divino e, especialmente, à meditação da Paixão.

Quando ela foi suficientemente instruída nos exercícios da vida espiritual, ela deixou a Comunidade dos Terciários à qual havia pertencido, e começou aos quinze anos a levar uma vida de reclusa em uma pequena cela contígua à Igreja de os Frades Pregadores, onde ela passou os restantes sessenta e quatro anos de sua peregrinação terrena, deixando-a apenas duas vezes durante todo este período, e depois sob obediência. 

Durante sete anos ela praticou as mais terríveis austeridades, que finalmente foi obrigada a moderar. Então Deus lhe deu a conhecer os segredos da contemplação e da mortificação interior da vontade, mais valiosos do que quaisquer exercícios corporais. Ela foi favorecida com muitas visões e revelações celestiais. Penetrada com viva devoção ao Espírito Santo, ela sempre se preparou com o maior fervor para a festa de Pentecostes, dia em que costumava receber graças singulares. 

Em seu zelo pela conversão das almas, ela se mostrou uma verdadeira filha de São Domingos e estava longe de permitir que sua cegueira ou sua vida solitária interferissem no cumprimento de seus cargos de caridade para com o próximo. Uma pequena janela se abriu em sua cela, por meio da qual ela recebia sua porção diária de comida e se comunicava com quem buscava seus conselhos. Mesmo sem educação, ela falava das coisas divinas com tal fluência, unção e precisão teológica que se supunha que ela conhecia os Solilóquios de Santo Agostinho e as Meditações de São Bernardo. 

Um grande número de pecadores foi convertido por suas orações e exortações piedosas. A Beata Sibyllina possuía um dom singular de discernimento espiritual e em certa ocasião avisou um padre que carregava o viático para os enfermos que a hóstia que carregava não era consagrada, o que se provou na investigação. A delicada doçura que sempre sentia na proximidade do Santíssimo, servia para alertá-la do momento da consagração sempre que um sacerdote celebrava a Missa na Igreja contígua à sua cela ou levava o Santíssimo Sacramento pela janela para os enfermos. Esta santa e aflita serva de Deus partiu para seu esposo na sexta-feira, 19 de março de 1367, quando estava com oitenta anos de idade. Muitas graças extraordinárias foram obtidas por sua intercessão, ela foi beatificada por Pius IX. 

Seu corpo foi encontrado incorrupto quando seu túmulo foi aberto no ano de 1853. Ela é tida em especial veneração por servos, em conseqüência de uma tradição de ter vivido no serviço doméstico, sem dúvida em sua infância, e uma piedosa confraria de servos é estabelecida em Pavia sob seu patrocínio.


Oração

Ó Deus, que iluminaste a Beata Sibyllina, Vossa Virgem, quando privada da visão corporal, com admirável clareza de visão espiritual, concede-nos que, por sua intercessão, possamos desprezar a glória deste mundo e buscar fervorosamente aquela que é eterna. Por Cristo Nosso Senhor, Amém.


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