Festa de todos os Santos da Ordem Dominicana - 9 de novembro
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A Igreja instituiu a Festa de Todos os Santos, como nos diz um conhecido escritor espiritual «primeiro, para nos espiritualizar, dar graças a Deus pelas graças e coroas de todos os Seus eleitos; em segundo lugar, para nos excitarmos com um fervoroso imitação de suas virtudes, considerando o exemplo santo de tantos servos fiéis de Deus de todas as idades, sexos e condições, e contemplando a felicidade inexprimível e eterna que eles já desfrutam, e para a qual somos convidados; em terceiro lugar, para implorar a misericórdia divina através desta multidão de intercessores poderosos; em quarto lugar, para reparar quaisquer falhas ou preguiça por não ter honrado devidamente a Deus em Seus santos em suas festas particulares, e para glorificá-Lo nos santos que são desconhecidos para nós, ou para aqueles que não possuem festas específicas» (Rev. Alban Butler).


Induzidas por estes mesmos motivos, as grandes Ordens religiosas da Igreja solicitaram permissão à Santa Sé para celebrar uma festa anual em homenagem àqueles entre os seus filhos que "combateram o bom combate" aqui embaixo e agora são contados com os Santos em a Igreja Triunfante. Este privilégio foi concedido primeiro aos beneditinos; a Ordem dos Pregadores foi a próxima a recebê-lo, através do Cardeal Dominicano, Vicente Maria Orsini, que obteve este favor do Papa Clemente X., em 1674. Em resposta à petição de Sua Eminência, o Santo Padre teria dito: «Justamente, meu Senhor Cardeal, deveria a sua Ordem celebrar a solenidade de todos os seus santos em um dia determinado; pois, se quiséssemos atribuir a cada um de seus santos filhos sua própria festa especial, teríamos que formar um novo calendário, e eles por si só seria suficiente para preenchê-lo.»



Pode não ser sem interesse registar neste local o número de filhos de São Domingos que, até à data actual (1900), receberam as honras de canonização e beatificação. Os números de Santos  canonizados da Ordem são 14; seu Beatos, 215. A maioria deles pertence, é claro, à Primeira ou Grande Ordem; mas a Segunda Ordem das mulheres de clausura tem 10 representantes, e a Terceira Ordem, 66. Podemos acrescentar aos números acima indicados, a Beata Joana de Aza, mãe do nosso Santo Padre São Domingos, 58 membros da Confraria do Mais Santo Rosário, com nossos beatos Mártires Japoneses, e 7 Mártires pertencentes à Missão Dominicana de Tonquin Oriental.

Além daqueles em cuja santidade a Igreja assim selou, há vários cujo processo de beatificação já foi iniciado na Sagrada Congregação dos Ritos, e uma vasta multidão em cujo nome a devoção popular atribui habitualmente o título de Beato. O Capítulo Geral de Valência mandou elaborar uma lista dos mártires da Ordem entre os anos de 1234 e 1335, e constatou-se que continha 1337 nomes. Só no século XVI, 26 mil filhos de São Domingos deram a vida pela fé; e um autor que escreveu no ano de 1882 afirma como um facto comprovado que, desde a fundação da Ordem até aos nossos dias, nunca houve uma única década sem algum acréscimo ao rol manchado de sangue dos seus mártires1. 

O século que agora termina forneceu a sua quota no Extremo Oriente, onde se pode dizer que a crónica da Missão Dominicana em Tonquin foi escrita com sangue.

Mas há outros martírios além do de sangue, e quem calculará o número dos filhos de São Domingos cujas vidas foram consumidas pelo fim e objetivo da sua Ordem, a salvação das almas pelas quais Cristo morreu, no trabalho missionário, em no púlpito, no confessionário, na cadeira magistral, no hospital ou na escola, ou na esfera mais humilde do trabalho doméstico ao serviço da sua comunidade, ou ainda na reclusão enclausurada dos seus conventos, pela crucificação secreta do espírito e o santo apostolado da oração intercessória e do sofrimento?



É difícil perceber o número daqueles que trabalharam a sua santificação pela observância da Regra Dominicana, mas pode-se formar alguma ideia da multidão daqueles que serviram a Deus no hábito branco de São Domingos, pelo conhecimento de que, trinta anos após a sua fundação, a Ordem já contava com 30.000 membros; e quando o censo foi realizado novamente no início do século XVIII, só a Primeira ou Grande Ordem contava com mais de 40.000 membros. As calamidades da última parte do século XVIII e a proibição de institutos religiosos no século XIX em países que se autodenominavam católicos levaram a uma lamentável diminuição no número da Primeira e Segunda Ordens. A Ordem Terceira, por outro lado, ou pelo menos aquele ramo dela que é formado por religiosas que vivem em comunidade, nunca foi tão florescente em número ou tão activamente empenhada em obras de zelo e caridade como em nossos dias.

Para os filhos de São Domingos, o dia 9 de novembro é uma festa familiar, e o ofício da festa é como um toque de trombeta, lembrando-lhes que são filhos de santos, como disse o santo Tobias, e que não devem fazer nada indigno de sua nobre linhagem espiritual, e estimulando-os a caminhar com renovado fervor e fidelidade no caminho que seus santos trilharam. Não importa se a sorte dos dominicanos se situa nas antigas terras históricas da Europa, onde, sob condições de sociedade estranhamente alteradas, realizam o mesmo trabalho que estava a ser feito pelos seus antecessores no século XIII; em meio à vida nova e vigorosa da América do Norte ou naquela metade sul do mesmo grande continente, evangelizada pela primeira vez por seus irmãos; nas ilhas das Índias Ocidentais, onde renovam o heróico trabalho de Santa Catarina no cuidado dos leprosos; nas planícies da Mesopotâmia, consagrada pelas memórias patriarcais, onde ainda ontem eles trouxeram uma colheita tão vasta para os celeiros da Igreja; na China e em Tonquin, onde o solo ainda está molhado com o sangue dos seus mártires; ou na longínqua África do Sul, Austrália e Nova Zelândia, onde são os pioneiros da sua Ordem, todos se reúnem hoje em espírito aos pés do seu Pai comum, felicitando-o pelos frutos do seu trabalho, e rezando para que, através da sua poderosa intercessão e da Rainha do Santíssimo Rosário, sua Mãe e Mestra, também eles, quando terminar a peregrinação desta vida, possam ser contados com os Santos na glória eterna.



Oração

Ó Deus, que Vos concedeste tornar fecunda a Ordem dos Pregadores numa descendência abundante de Santos, e coroaste gloriosamente neles os méritos de todas as virtudes heróicas; concede-nos seguir seus passos, para que possamos finalmente estar unidos em festa perpétua com aqueles no céu a quem veneramos hoje sob uma única celebração na terra. Através de Cristo nosso Senhor. Amém.

Comentários

  1. Boa tarde, irmãos, gostaria de solicitar se algum dos irmãos têm o número de watsap de algum responsável pela ordem terceira dominicana em Campina Grande pb. Os terciários dominicanos de Campina Grande pb. Porque estou ligando para as Dominicanas da Apresentação do Distrito São José da Mata Campina Grande pb, porém o número do telefone só dá mensagem de número inexistente. Agradeceria muito, se algum dos irmãos me respondesse ou no instagram ou e-mail(catarinasdemenezes@gamail.com); ou mande pra meu watsap mesmo: (987324386). Em nome de Catarina Silveira de Menezes. Gratidão e boa tarde.

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